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segunda-feira, 16 de junho de 2014

PÁGINA INICIAL

O ENTALHADOR






Este Blog destina-se a dar a conhecer a obra de 
Agostinho Pinto Vieira, entalhador, 
primeira profissão que exerceu, 
desenhador de móveis, 
industrial de mobiliário e decorador.



NOVAS INCLUSÕES 
DE IMAGENS OU TEXTOS NAS PÁGINAS SERÃO AQUI REFERIDAS


NOVAS IMAGENS


21.01.14

PÁGINA:  DESENHOS DE PROJETOS DE DECORAÇÃO
PÁGINA: FOTOS MÓVEIS ---- MOLDURAS DE ESPELHOS
PÁGINA: DESENHOS DE MÓVEIS EM TAMANHO NATURAL




Páginas do Blog: (que podem ser vistas clicando na lista canto superior direito) 

NOTA BIOGRÁFICA

DESENHOS DE MÓVEIS ISOLADOS

DESENHOS DE PROJETOS DE DECORAÇÃO

DESENHOS DE MÓVEIS EM TAMANHO NATURAL PARA EXECUÇÃO

FOTOGRAFIAS DE MÓVEIS; ARMÁRIOS, CADEIRAS, CONSOLOS
MESAS, OUTROS.   
                                                                                                                              


A TALHA
Chama-se Talha à arte e à técnica de entalhar ou de talhar a madeira. Usar uma talhadeira para formatar ou alterar a forma de uma porção de madeira. É uma acção semelhante à escultura que designa formas ou temas que são em princípio mais complexos que os temas da talha. A Talha sempre foi considerada uma arte decorativa e a escultura uma arte pura ou erudita. Ao contrário de escultor que produz independentemente,  o entalhador sempre viveu associado ao marceneiro. Sem a construção desse suporte, o móvel, com uma técnica de montagem específica o entalhador ficava parado. Para realizar o seu trabalho utiliza uma série muito variada de ferros de corte, desbaste e modelação da madeira e ferramentas de suporte e aperto, além de diferentes folhas de "lixa", instrumento de acabamento final. 

Falamos duma arte que já acabou como profissão regular, embora existam ainda alguns cultores.  O trabalho de transformação e criação de formas com a madeira nunca desapareçerá. Hoje há uma oferta de instrumentos para trabalhar a madeira como nunca houve, o que parece ser contraditório, mas é assim que a vida se faz. A criação de objetos artísticos, tendo como base a madeira, em especial nos países emergentes, mas não só, é enorme como podemos via Net conhecer.  Somos testemunhas dos últimos atos dessa profissão particular de trabalho e transformação artística da madeira, do seu declínio e desaparecimento, atenuado industrialmente pela introdução de máquinas complexas, já computorizadas, que replicam formas sem fim. Neste tempo de profundas transformações técnicas assistimos a fenómenos semelhantes em muitos domínios em que o trabalho manual é substituído pela máquina e agora pela máquina robotizada que reduz custos de produção e dificuldades técnicas.  

A Talha cumpria funções decorativas. Coisa em desuso e, por isso, desnecessária.
A Talha sempre existiu pois é, de facto, a técnica de trabalhar a madeira esteticamente, mais do que construtivamente - marcenaria e carpintaria. As imagens mais presentes que temos da Talha são aquelas que nos legaram os entalhadores desde o Séc. XIV, na Europa, embora desde sempre e em todos as culturas o homem tenha utilizado a madeira como suporte artístico decorativo e religioso ou ritual. A partir do século XVII e com mais insistência a partir do seculo XVIII, com a particular contribuição dos entalhadores do Norte de Portugal, a Talha Dourada nos templos católicos adquiriu um relevo artístico extraordinário. A obra de Roberth C. Smith, A Talha em Portugal, 1976, é uma obra fundamental  para compreender essa cultura invulgar ou rara e muito elaborada. 

A Talha surge também aplicada ao mobiliário e acessórios decorativos. A partir dos finais do século XIX  e durante todo o séc. XX, o mobiliário constitui o reduto dominante, mas em que a produção estava dependente da cópia e, como no caso da obra de Agostinho Vieira, na interpretação de estilos, modelos e peças de séculos anteriores. A criação de novos formas e de novos estilos encontrou na Arte Deco o estilo de compromisso entre o modernismo radical e o decorativismo decadente, em que podemos encontrar produções que conformam as mesmas caraterísticas. Hoje é tudo diferente.


O DESENHO DA TALHA

Não há arte da Talha sem Desenho.  Os desenhos de Agostinho Vieira são o suporte da obra de talha que criou e entalhou ou que orientou a concretização através dos vários entalhadores. Não conhecemos desenhos dos entalhadores que em Avintes realizaram obra, como também noutros locais. Coloca-se a questão de saber como era elaborada a obra e em concreto cada peça. No caso de AV ele era o autor do projeto do móvel tanto de marcenaria como de entalhador, como se pode ver nos desenhos para execução, na página DESENHOS DE MÓVEIS PARA EXECUÇÃO. 

Sabemos que AV, como regista em muitos desenhos, fez cópias a partir de fotografias, mas a maioria dos desenhos são criações originais. Quer dizer, toda a configuração da peça é determinada pelo desenhador embora esteja sujeito a um modelo ou "estilo", como costumavam referir. Isto implicava que o autor tinha que conhecer com suficiente rigor quais eram as características de cada estilo; Renascença, D. João V , Dona Maria, Chippendale, etc.. 
A obra de Desenho e de Talha de AV permitirá o estudo da natureza dessas relações num processo criativo muito particular, afastado daquele que o modernismo veio instaurar, mas que era comum noutras épocas.  Voltaremos.